Animais não transmitem coronavírus, diz protetora, apontando aumento do abandono de cães e gatos em João Pessoa


Fabíola Rezende 

Organização Mundial da Saúde alerta que, até o momento, não há evidências científicas de que animais possam se infectar e transmitir a Covid-19

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o abandono de cães e gatos tem aumentado consideravelmente na Região Metropolitana de João Pessoa. Fake News se espalham pelas redes sociais e têm preocupado instituições e grupos de pessoas que lidam com o bem-estar animal. “Animais não transmitem a Sars-Cov-2 que causa a Covid-19 e é preciso esclarecer as pessoas sobre isso”, alerta Fabíola Rezende, protetora e ativista da causa animal, fundadora e presidente da ong Ajude Anjos de Rua, com sede em João Pessoa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que, até o momento, não há evidências científicas de que cães e gatos possam se infectar e transmitir o novo coronavírus. Apesar disso, algumas notícias têm sido veiculadas sobre cães e gatos, e até mesmo tigres e leões, como o caso da tigresa Nadia, do zoológico do Bronx, em Nova Iorque, que testou positivo para o novo coronavírus.
“O resultado dessas informações tem sido o crescimento no número de abandono de animais em várias partes do país e do exterior”, diz Fabíola, ressaltando que na Bahia, por exemplo, o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) tem feito esse mesmo tipo de alerta à população. Em Salvador, de acordo com o Corpo de Bombeiros Voluntários do Estado da Bahia – Brigada K9, a quantidade de animais abandonados cresceu 860% nos cinco últimos dias de março, em uma comparação com o mesmo período de 2019.
Para afastar essas dúvidas e diminuir o número de animais abandonados, divulga Fabíola Rezende, o CRMV-BA lançou a campanha ‘Seu pet não transmite o novo coronavírus. Fique com ele. Fique tranquilo’.
“Estatisticamente esses são casos isolados. Todos os animais testados como positivos tiveram contato com pessoas infectadas e, provavelmente, foram contaminados por intermédio de gotículas provenientes de tosse e espirros destas pessoas. Desta forma, os animais podem ter atuado como ‘superfície contaminada’ ou mesmo terem lambido as secreções que contaminaram o ambiente, não havendo, portanto, potencial de disseminação da doença”, argumenta Nádia Rossi de Almeida, médica-veterinária especialista em virologia e membro da Comissão de Ética, Bioética e Bem-Estar Animal do CRMV-BA.
Ainda na Bahia, aponta Fabíola, além de alertar para o fato de que os animais não transmitem a Covid-19, a campanha lembra ainda a guarda-responsável dos pets e que a prática de abandono é crime, previsto no Artigo 32 da Lei 9.605/95, que pune com três meses a um ano de prisão, além de multa estipulada pela Justiça quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais.
“Estamos no abril laranja, período em que conscientizamos a sociedade para o crime de maus-tratos aos animais e esse ano aconteceu de estarmos vivendo uma pandemia mundial que contribui ainda mais para a prática desse crime, motivo pelo qual decidimos investir nessa campanha, que é, sobretudo, de conscientização”, assinala o presidente do CRMV-BA, Altair Santana de Oliveira.
Defesa animal
O Ajude Anjos de Rua, criado no dia 24 de novembro de 2015 e que hoje congrega milhares de seguidores nas redes sociais, se transformou oficialmente em uma organização não governamental no dia 31 de julho de 2016. Seu principal foco está nos animais que perambulam pelas ruas da capital, sem dono, sem abrigo, com fome, passando frio, calor e sede e, na maioria das vezes, sofrendo maus tratos e a falta de compaixão das pessoas.
Boa parte dos animais já resgatados pela ONG foi agredida, mutilada ou torturada, alvos da maldade humana; muitos foram vítimas de atropelamento; e outros tantos simplesmente padeciam de doenças provocadas pelo abandono, negligência e pela falta de responsabilidade de seus antigos donos.
Grande parte dos animais resgatados hoje goza de excelente saúde e convive feliz em um lar que os adotou, proporcionando-lhes alimento, carinho, abrigo, atendimento médico-veterinário, bem-estar e alegria. “Em troca, eles retribuem felicidade, prazer e amor animal aos seus novos donos. E tudo isso só é possível graças a uma rede de apoiadores, que se comunicam constantemente por meio das redes sociais, via Facebook, Instagram e Whatsapp”, informa Fabíola Rezende.

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