DITADURA NUNCA MAIS. VIVA A DEMOCRACIA
MEMÓRIA, DEFENDER A DEMOCRACIA, EDUCAR PARA OS DIREITOS HUMANOS Texto originalmente publicado como artigo de opinião na Folha de São Paulo em 31 de março de 2022 Naquele que já se configura, desde o fim da ditadura militar (1964-1985), o ano eleitoral mais desafiador para a democracia brasileira, o último dia de março é incontornável. Não apenas pelo 58° registro que dele faz a história e consequentemente nos impede de esquecer do golpe de Estado, mas, sobretudo, pela sombra que o passado, ao encontrar a terrível realidade enfrentada hoje pelo país, projeta para o futuro. Ao usurparem o poder, há quase seis décadas, os militares disseminaram o terror nas múltiplas faces assumidas pela repressão – perda de mandato ou cargo público, suspensão de direitos políticos, exílio e prisão foram algumas delas. Até hoje não se sabe quantas foram as vítimas de tortura. Oficialmente são 434 os mortos e desaparecidos do período. O jornalista Vladimir Herzog (1937-1975), assassinado nas dependê