Pandemia já afeta trabalho de 53,5% das famílias brasileiras


Quesito especial das Sondagens Empresariais e do Consumidor analisou como a Covid-19 já impacta aspectos da vida do brasileiro

A maior parte das famílias brasileiras já sente mais de perto os efeitos da pandemia no dia a dia. Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), aponta que 53,5% dos 1300 consumidores consultados afirmam que sua família sofreu algum tipo de impacto em seus trabalhos - quase metade desses (43,9%) ficou impedida de trabalhar em virtude do isolamento social. Os efeitos atingiram mais as famílias de menor renda, que ganham até R$ 2.100: 20,6% delas foram afetadas.

Outros 24,9% tiveram redução salarial proporcional à jornada de trabalho, 14,7% informaram que pelo menos um membro da família teve o contrato de trabalho suspenso, e 12,7% citaram que uma pessoa do núcleo familiar amargou a demissão. O resultado justifica a queda no consumo, que a pesquisa vem mostrando desde a prévia em abril - 78,3% responderam que só estão comprando apenas produtos e serviços essenciais, percentual um pouco mais baixo que em abril (79,1%). Nesse quesito, as famílias mais pobres também sofrem mais: 89% delas consomem somente o essencial.

Viviane Seda, coordenadora das Sondagens do FGV IBRE, está disponível para comentar o resultado pelo: (21) 99882-0275.

Mais informações e release completo do Portal IBRE, neste link.

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"Mais da metade dos consumidores entrevistados tiveram impacto na renda de suas famílias. Com a renda comprometida, muitos recorrem à utilização de reservas financeiras para quitar despesas correntes e se endividam, aumentando o nível de "estresse financeiro" das famílias, principalmente as que possuem menor poder aquisitivo, pois essas acabam tendo (quando têm) uma reserva muito menor. A elevada incerteza e preocupação com os próximos meses fazem com que haja uma postergação de consumo, que não deve retornar imediatamente mesmo com a flexibilização das medidas de isolamento, pois a renda reduzida do período levará naturalmente a um aumento no nível de inadimplência dos consumidores", avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do FGV IBRE.

Empresas se adaptam
O estudo também consultou 2528 empresas com o objetivo de compreender, dentre outros temas, como estavam se adaptando à nova fase de isolamento social. Em todos os setores, exceto no Comércio, a maioria afirmou ter adotado parcial ou integralmente o teletrabalho (ou home office) como uma das estratégias para enfrentar o período. O home office foi adotado por 80,4% das indústrias, 68,6% das empresas prestadoras de Serviços e 59,6% das empresas de construção. No comércio, apenas 26,6% das empresas passaram a se utilizar deste artifício.

No setor de serviços, o mais afetado pela pandemia ao contrário de crises anteriores, está o maior percentual de empresas que realizaram antecipação de férias individuais de seus colaboradores (65%), reduziram proporcionalmente salários e jornadas de trabalho (46,4%), além de terem enxugado seu quadro de pessoal (45,8%). Chama atenção também o alto percentual de empresas que afirmam terem suspendido contratos de trabalho (42,3%), a maior proporção entre os setores, segundo dados da prévia dos quesitos especiais das sondagens de maio.

O Comércio tem o maior percentual de empresas dizendo não ter adotado nenhuma das medidas (21,9%), algo que ocorre por influência da relativa resiliência dos segmentos de hiper e supermercados (30,3%) e de outros varejistas (28,9%).

Medidas tomadas pelas empresas com relação ao quadro de pessoal* (em %)

*As empresas podiam marcar quantas opções desejassem, por isso o resultado soma mais de 100%
Fonte: FGV IBRE

Ainda analisando o setor de Serviços, em que 45,8% das empresas reduziram o pessoal, os segmentos mais afetados foram os serviços de alimentação (64,7%), transporte rodoviário (57,5%) e serviços de alojamento (57,1%). Mas em outros setores, alguns segmentos reduziram seu quadro de funcionários com ainda maior frequência. Foram os casos de empresas produtoras de couros e calçados (68,3%), na indústria, e na construção de edificações não residenciais (61,9%).

"O setor de serviços já vem sinalizando o quanto tem sido afetado pela pandemia desde abril. O estudo mostra que é o segmento com a maior proporção de empresas que tomaram medidas relacionadas a seus trabalhadores para tentar sobreviver à crise - como redução do quadro de funcionários, suspensão do contrato de trabalho e redução proporcional de salários e jornada de trabalho. Os segmentos de serviços prestados às famílias sente bastante os efeitos e projeta uma recuperação apenas para 2021, o que faz com que acenda uma luz amarela, considerando que isso impactará bastante o PIB desse ano", explicou.

Os dados dessa pesquisa foram coletados entre os dias 2 e 13 de maio.

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