Agiotagem dos cartões leva brasileiro a pagar juro anual de até 700% ao recorrer ao financiamento do chamado crédito rotativo

PROTESTE e FGV compararam as taxas cobradas nos cartões de crédito em cinco países e acharam no Brasil juros do rotativo até 70 vezes superior a taxa básica.
O consumidor brasileiro continua submetido a taxas exorbitantes com média de juro anual de 280,82% ao recorrer ao financiamento por meio do cartão de crédito, o chamado rotativo. Foi o que constataram a PROTESTE Associação de Consumidores em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) ao comparar, agora em dezembro, a taxa média de juros cobrada nas operações com cartão de crédito com o de outros cinco países (Argentina, Chile, Colômbia, Peru, e México).
Enquanto a taxa básica da economia, a Selic está no patamar de 10% ao ano, os juros do rotativo chegam a ser até 70 vezes maior que a taxa básica de juros da economia no País. Foram encontrados juros exorbitantes de mais de 700% ao ano no cartão Santander Platinum.
Caso o consumidor seja portador deste cartão com o rotativo acima de 700% ao ano tiver uma fatura no valor de R$ 500,00 e resolver pagar somente o mínimo (20% do valor total da fatura) e deixar rolar essa dívida por um ano, no fim desses doze meses, estará devendo mais de R$ 3 mil. Os juros cobrados nas modalidades do crédito rotativo são uma das causas do crescente endividamento dos brasileiros.
Esses dados são ainda mais alarmantes se compararmos a taxa praticada no Brasil com a de outros países. A taxa praticada no Brasil é 525% maior do que a do Peru, que é o país com a maior taxa dentre os analisados. O Peru, que é o segundo País da região a ter valor maior, cobra 44,8% ao ano e o México, 39,16% anual. O menor percentual é da Colômbia, com 28,31% anual.
No Brasil foram levantadas as taxas de juros cobradas no rotativo por 60 cartões de crédito distribuídos por 11 instituições financeiras (Banco do Brasil, Banco IBI, Banrisul, Bradesco, BV Financeira, Caixa, Citibank, Credicard, HSBC, Itaú e Santander).
A comparação foi com as taxas praticadas em outros países, priorizando a América Latina porque países da zona do Euro aplicam taxas sabidamente inferiores às do Brasil de 17,9% ao ano e Estados Unidos 13% anual, além de boa parte deles não financiar saldos devedores de cartões de crédito.
Além da cobrança da anuidade podem incidir sobre a fatura quatro tipos de juros e todos eles podem ser evitados. Veja abaixo:
Rotativo: é possível fugir dos juros no crédito rotativo se pagar o valor total da fatura e na data do vencimento. Os juros podem chegar a 700% ao ano.
Saque: Os juros da função saque são fáceis de evitar, basta não sacar com o cartão de crédito, caso utilize também pagará uma tarifa.
Parcelamento de fatura: Programe-se para pagar toda sua fatura e não precisar desse tipo de parcelamento, para fugir dos juros no parcelamento da fatura.
Parcelamento da compra: Para evitar os juros cobrados no parcelamento da compra, opte por lojas que ofereçam essa facilidade sem juros.
Para caracterizar as condições econômicas dos países componentes da amostragem, no quadro a seguir, são apresentadas além das taxas anuais dos cartões de crédito, também as taxas básicas de juros, e de inflação.
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