Empresas que constroem shopping usam método escravista do xingamento para aprofundar exploração e aumentar a produção; opereários param e fecham rua em protesto

EDSON VERBER

O Sintricon (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil da Paraíba), em nota enviada a este repórter, denuncia que " funcionários do nível gerencial chegam a xingar os operários". Revoltados com a situação, onde também se inclui frequentes cortes de ponto, os trabalhadores pararam suas atividades na última quarta-feira e interditaram o trânsito na frente da constrrução, no Bairro de Mangabeira, em João Pessoa. Em nota, a direção do Shopping Mangabeira nega todas as acusações.
A grave denúncia do Sintricon nos faz dar uma volta no tempo histórico para concluir que trata-se de uma prática escravista, já que os antigos senhores de engenho do Brasil e os fazendeiros da produção de algodão dos EUA usavam dois métodos para aprofundar a exploração da mão de obra dos irmão africanos arrancados dos seus lares, na mãe África: a tortura, dos mais diversos tipos; e a humilhação através da detratação da pessoa que, na Paraíba, ganha o nome de xingamento. Isto, para quebrar a resistência da pessoa e fazer dela o que bem querem.
As notas enviada pelo presidente do Sintricon, Paulo Marcelo estão transcritas abaixo, a exemplo da versão do Shopping.

Caro Édson, Bom dia,

A construtora portal e futura, que são de propriedade da direção do shopping estão com um contingente de mais de 700 operários na construção do mangabeira shopping, um tem ocorrido pequenos conflitos que nem sempre ocorre por descumprimento da legislação trabalhista, e sim por falta de um bom dialogo entre os trabalhadores e o nível gerencial da empresa.
Por se tratar de uma obra que consideramos de grande porte, o sindicato tem tido uma atenção especial, é tanto que ainda no mês de janeiro próximo passado fechamos um acordo para os pisos salariais, jornada de trabalho, e café da manha, que vem sendo cumprido pela empresa, mesmo assim achamos que existe falhas de relações humanas que deviam ser corrigidas no próprio local de trabalho através de um programa que chamamos de D D S, dialogo diário semanal.
O que ocorreu hoje foi falta de um acordo previu onde fica se claro como a empresa se comportaria com relação a terça feira de carnaval, que tradicionalmente e tido como feriado más, a lei diz que é ponto facultativo no serviço publico, e nos do sindicato ainda não conseguimos fazer com que 100% das empresas abone este dia como feriado para toda a categoria.
Com relação o conflito de hoje, conseguimos um acordo para todos os funcionários da obra onde a terça feira de carnaval foi considerada feriado, as outras pendencias serão discutidas nas próximas reuniões com a empresa.

Mais um
Em outro email para este repórter o Presidente do Sintricon assegura q ue "as clausulas que estão em debate, são qualidade da alimentação e descontos indevidos que aparecem nos contracheques do operários, como também o tratamento recebido por alguns funcionários do nível gerencial, que chegam a xingar os operários e até punir com suspensão ao trabalho".

O CONTRADITÓRIO

MANGABEIRA SHOPPING

NOTA

A propósito do protesto ocorrido nesta quinta-feira por parte de cerca de 25% dos operários do Mangabeira Shopping a empresa tem a esclarecer que:
1 – A causa real que motivou o protesto foi a não liberação dos funcionários na terça-feira de Carnaval, dia considerado facultativo pelos sindicatos patronal e da categoria profissional, sendo facultado ao empregador liberar ou não o funcionário.
2 – Os operários que não compareceram ao trabalho não aceitaram ter o dia descontado e resolveram protestar utilizando argumentos inverídicos.
3 - Não é verdade que a obra não possui médico como foi mencionado por um operário em matéria divulgada pela imprensa. Existe um médico e uma enfermeira contratados que dão expediente diariamente no canteiro de obra.
4 - Não é verdade que há apenas um banheiro para todos os operários. Existe banheiros químicos distribuídos estrategicamente por todos os andares.
5 – Os descontos implantados nos contracheques são referentes às faltas constatadas no ponto biométrico.
A DIREÇÃO

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