Maior produtora de papelão ondulado para embalagens da América Latina somente teve projeto original aprovado em 1968 graças ao então governador da Paraíba

Edson Verber

A maior produtora de papelão ondulado para embalagens da América Latina, atual Klabin, Unidade Goiana-PE, que inaugurou na última quinta-feira, projeto de expansão com investimento de R$ 409,7 milhões, somente teve seu projeto original aprovado em 1968, com o nome de Ponsa, graças ao então governador da Paraíba, João Agripino Filho. O Grupo Klabin possui 15 unidades industriais no Brasil e uma na Argentina, tem cerca de 14 mil colaboradores - diretos e indiretos - e capacidade produtiva de 1,7 milhão de toneladas/ano.
A solenidade de inauguração contou com a presença das mais destacadas autoridades de Pernambuco, tendo à frente o governador Eduardo Campos; todo corpo dirigente do Grupo e dezenas de empresários nordestinos para quem a empresa fornece embalagens, a exemplo de dirigentes das indústrias que fabricam cimento na Paraíba.


Com as novas instalações, além das mais modernas máquinas existentes no mundo, de origem alemã, a Klabin também está concluindo um novo restaurante que garante 1.500 refeições por dia e possui um ambulatório médico completo que também atende aos moradores carentes do Município de Goiana, pois as iniciativas sociais abrangem os mais diferentes campos, como saúde, assistência social, cultura, educação técnica e ambiental, com incentivo à atuação voluntária dos colaboradores por meio da associação Terra Viva.
Com a nova expansão, a unidade de Goiana, que foi inaugurada em março de 1973, passa a ser a maior produtora de papelão ondulado para embalagens da América Latina e o mais moderno parque industrial de sacos. Antes produzia sete milhões de sacos por mês, passou para 10,5 milhões e, em 2014, passará para 20 milhões. Papelão ondulado: antes 71 mil toneladas e, agora, 146 mil toneladas por ano. Na parte de reciclados, com a utilização de caixas que retornam do mercado, passa de 50 mil toneladas por ano para 160 mil.

Origem

Conforme consta do livro “Ponsa – O Nordeste posto à prova”, do doutor e jornalista, Luiz Gonzaga Rodrigues, distribuído durante a solenidade, “percebeu-se, desde o início, a reserva – para não dizer má vontade – de grupos políticos e econômicos locais, em face das pretensões da Klabin. Temia-se que a Ponsa, controlada pelo mais importante grupo econômico brasileiro do setor, extrapolasse dos limites de sua produção projetada”.
Destaca ainda, o Doutor Gonzaga, que o projeto foi rejeitado mais de uma vez pelo Conselho Deliberativo da Sudene, sendo a última vez em 20/12/68, mas “a intervenção do paraibano (governador da Paraíba, João Agripino Filho, de 1966 a 1971) fez com que fosse modificado o antigo parecer e, a 20/12/68, o projeto foi aprovado, por unanimidade pelo Conselho da Sudene”.
Sobre o assunto, João Agripino, que era homem forte do regime militar de então, disse que “não posso admitir qualquer tipo de pressão contra um grupo que tanto tem contribuído para a indústria brasileira de papel”.

100% nacional

O diretor-geral da Klabin, Fabio Schvartsman disse que a inauguração “é um importante momento para a companhia, com a implantação do projeto de expansão que reflete o crescimento econômico histórico vivido pelo Nordeste. É a aposta da companhia no potencial de desenvolvimento da região, pois a Klabin foi criada em 1899 e é a maior produtora e exportadora de papéis para embalagem do Brasil, considerada a maior empresa integrada de celulose e papel no País e com exportações para mais de 70 países”.
A Klabin é uma empresa de capital 100% nacional, classificada no nível um de Governança Corporativa da BM&FBovespa e controlada pela Klabin Irmãos e Cia. Possui atualmente 15 unidades industriais no Brasil e uma na Argentina. Está organizada em três unidades de negócios: Florestal, Papéis (papelcartão e papel kraft) e Conversão (papelão ondulado e sacos industriais).
Em 2012, a empresa registrou receita líquida de R$ 4,2 bilhões. Seus produtos estão presentes no dia a dia das pessoas. Os papéis e cartões para embalagens, sacos industriais e embalagens de papelão ondulado conferem proteção e segurança a alimentos, bebidas, produtos de higiene e limpeza, eletroeletrônicos, cimento, sementes, farinha de trigo, produtos químicos e outros. A Klabin possui cerca de 14 mil colaboradores (diretos e indiretos). Capacidade produtiva: 1,7 milhão de toneladas/ano.

Sustentabilidade

A preservação da natureza é uma das principais preocupações da Klabin, de forma que segundo, Mauro Yamamoto, gerente de Reciclados a gestão da empresa está orientada para o desenvolvimento sustentável, buscando crescimento integrado e responsável, que une rentabilidade, desenvolvimento social e compromisso ambiental, sendo pioneira na adoção do manejo florestal em forma de mosaico, sistema que mescla florestas plantadas de pinus e eucalipto a matas nativas preservadas.
Foi a primeira empresa do setor de celulose e papel no Hemisfério Sul a obter, em 1998, a certificação FSC® - Forest Stewardship Council®, que atesta uma gestão que conserva os recursos naturais, proporciona condições justas de trabalho e estimula boas relações com a comunidade.A empresa preserva 90 hectares de matas nativas para cada 100 hectares de suas florestas plantadas.

Terra Viva

É a primeira empresa do setor de celulose e papel do Brasil a receber a recomendação para certificação FSSC 22000 (Food Safety System Certification 22000), uma das mais avançadas normas utilizadas para assegurar a procedência do papel para embalagem de alimentos. É signatária do Pacto Global da ONU e do Pacto Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, buscando fornecedores e parceiros de negócio que sigam os mesmos valores de ética, transparência e respeito aos princípios de sustentabilidade.
A Klabin reverte parte do imposto de renda a ser deduzido para realizar doações aos Fundos Municipais dos Direitos da Infância e Adolescência. Desde 2010, já foram doados mais de R$ 2,1 milhões que beneficiaram pelo menos 40 projetos sociais localizados nos municípios onde a companhia mantém unidades fabris. Atua fortemente em projetos sociais como: Projeto Caiubi, Nossa Língua Digital, Meninas Cantoras, Fomento Florestal, Matas Legais, Passo Certo e Força Verde Mirim.

Conceito 3Rs

Mantém uma área total de 506 mil hectares, sendo: 213 mil hectares (ou 40%) de matas nativas preservadas, formando corredores ecológicos que contribuem para a preservação da biodiversidade e 243 mil hectares de áreas plantadas com pinus e eucalipto;
O sistema de gestão ambiental é certificado pela ISO 14001 e amparado por sua Política de Sustentabilidade e pelo conceito 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar). Tudo isso expressa o compromisso com a conservação dos recursos naturais e redução constante do uso de recursos não-renováveis. Desenvolve o monitoramento da biodiversidade de suas florestas, a partir da identificação de espécies consideradas raras ou em extinção. Para o trabalho é realizado um programa em parceria com universidades, que fazem o levantamento de aves, mamíferos, répteis e espécies vegetais.
Não-madeireiros

É uma das maiores recicladoras de embalagens longa vida, com capacidade de produção de 200 mil toneladas/ano, nas unidades: Goiana (PE), Guapimirim (RJ) e Piracicaba (SP). Todas as unidades são certificadas pela norma ISO 9001 e 14001 e têm a certificação Forest Stewardship Council® (FSC®) para sua cadeia de custódia.
Mantém o Programa de Fitoterapia desde 1984 que utiliza os múltiplos recursos das florestas da empresa para a fabricação de produtos não-madeireiros. Principal estrutura de apoio às atividades de manejo ambiental da Fazenda Monte Alegre (Telêmaco Borba – PR), o Parque Ecológico foi criado em 1980 pela Klabin e preserva a biodiversidade da flora e da fauna local.

Comentários

  1. São iniciativas como estas,que valorizando os nossos recursos naturais, preservando o meio ambiente com uma aurea de uma politica de alta sustentabilidade, voltada para a preservação da natureza, é que tornam o Brasil com uma economia forte e independente!

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